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Bem vindo a Taubatexas

Posted by lizzby on 15:30
Se eu colocasse meus planos em uma lista, ela seria imensamente mutável. Haja hoje pra tanto ontem. A vida passa e a gente brincando de mudar. Não sei se são os meus hormônios que gritam do lado de dentro tentando me deixar surda, ou se simplesmente as coisas lá de fora não andam tão interessantes assim.

Fato é que estar de mudança, acidentalmente passa a mudar a gente. O que você achava o máximo agora parece bobo, o que você ouvia e achava interessante agora parece piada ou uma pequena percepção que você não tinha fica gritante. Claro que isso também é amplamente relativo ao tempo.

O tempo é inconstante porém os lugares tem muito haver com as pessoas, muito haver com o tipo de vida que vivem e o tipo de coisas que estão condicionados a pensar.

Ontem estava no carro, vindo pra Cachoeira Paulista e conversando com um amigo. Ele me dizia que queria muito ter um caminhão, pra colocar a casa dele na parte de trás e sair viajando o mundo, Eu ia morar quinze dias em cada cidade, ele dizia com firmeza. Seria ele então relativo ao movimento, e ainda assim seria influenciado pelo quesito lugar, que apesar de ambulante, não deixaria de existir.

Hoje fui assaltada, quer dizer, meu carro foi violentado por uns moleques que resolveram levar meu rádio. Paciência para agüentar tamanha chateação, porque além de ficar sem música, ainda terei de reformar a porta. E tudo isso tem custo. Pensei em o que vou ter que adiar pra conseguir pagar o conserto, Ainda bem que foi só o rádio, minha filha, você ainda está viva e isso é o que importa! Mamãe é mesmo uma gracinha tentando me acalmar. Se bem que eu costumo ter a sensação de que dos males, sempre o menor.



O povo de Cachoeira Paulista chama a terra de Taubaté de cidade grande. Pensando no significado do nome, pode ser mesmo a grande taba de um índio. Concluí se não era o tal lance xenófobo de mandar boas vindas aos visitantes e de uma forma rápida e grosseira: Nós não precisamos de mais gente aqui, vão embora ou levaremos os rádios de vossos carros! Monteiro Lobato ficaria decepcionado se soubesse que na exata terra de seu simpático sítio, as pessoas de hoje não são tão dóceis quanto foi Dona Benta.

Uma ameaça aos novos moradores ou uma infeliz coincidência? Fato é que minha impressão sobre a (não tão) pacata cidade de quase 300 mil habitantes começou muito mal. Certo que já havia passeado por essas calçadas mas a casa dos amigos é sempre menos amedrontadora. Ainda vivo na minha outra cidade, ainda penso como na outra cidade. Casa, trabalho, trabalho, casa. O lance é entrar em estado de mutação, adaptar-se as novas possibilidades. Penso que com o tempo, não há mal que não se cure e ferida que não se feche. Casa nova, vida nova. E preciso comprar um sofá.

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Taubaté, 8 de maio

Posted by lizzby on 19:07
Na simpática manhã ensolarada de sábado, saímos para o show de Taubaté. Bom que a cidade é perto, ruim que não dá a sensação de show de verdade. Porque a gente tem que sofrer pra chegar, tem que acordar de madrugada, tem que causar dor nas costas e nó na garganta pra acreditar que é uma apresentação de verdade. Porque não basta sair de casa em pleno final de semana entrar na van e chegar no destino almejado, a gente tem pegar ônibus, avião e aindar uns quilômetros a pé com os instrumentos nas costas. Ok. Não sejamos tão melodramáticos que já me basta a filosofia EMO. O lance é que dessa vez a parte emocionante passou muito rápido, coisa de 40 minutos pra ser feliz.


Tal qual o anão do jardim de Amelie Poulain, som de show católico montado no horário combinado não existe. Obviamente tínhamos que esperar tudo ficar pronto pra passagem. Lembrem-se que eu AMO passagem de som, principalmente quando o público começa a chegar no meio dela. Tudo bem que a gente toca Muse, isso me consola, mas é tristeza estar com a cara amassada quando a galera chega. O lance é fingir que não era você.

Fato é que não necessariamente nessa ordem, passei o som e fui almoçar. Na realidade eu já tinha almoçado em casa antes, mas do jeito que ando comendo em excesso, esqueci que tinha comido e fui dar uma volta na padaria do outro lado da rua, em frente ao ginásio onde ia rolar o evento. Mal cheguei e a moça do balcão olhou pra mim e disse:

- Vai ter show aí na frente hoje, tá sabendo?

Eu inocente, dei um sorrisinho leve: - Sim, pelo jeito vai ter mesmo!

E ela continuou: - Parece que é uma banda chamada… ai não tô lembrando, meu irmão tem o CD, eu adoro ouvir… é BeÁtrix!

Eu: - Beatrix.

Ela: - Isso, sempre escuto, mas não sei se vou no show, tenho que trabalhar até tarde…

De repente a Aura acorda… (sim, porque ela tava do meu lado o tempo todo e nem ouviu a conversa): - A gente vai tocar aí na frente hoje!

Ela: - Vocês? Como assim… peraí vocês são da banda? Ai eu adoro vocês!

Aura: - Legal. (e saiu)

Eu fiquei com cara de tacho, ela pesou os salgadinhos que eu tinha pedido, então convidei ela pro show e fui me sentar para saborear as delícias gordurosas da padaria, depois fomos pra casa do produtor e rolou a noite do soninho. Simplesmente morri na cama e só acordei pro show, que devido ao leve atraso de 2 horas, fez metade da galera ir embora. Ensaio aberto rules. Eu sempre me divirto.

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Cachoeira Paulista, mais um dia...

Posted by lizzby on 10:12
Há alguém no mundo que me explique, pra que servem os celulares se quando estamos esperando uma ligação, sentamos ao lado dele? Sim, porque celulares são perfeitamente móveis, alguns ante a tecnologia, quase vem sozinhos até o dono, faltando apenas aprender a conversar e fazer café. Aliás não seria de todo mal se meu celular fizesse um cafezinho de vez em quando, eu acharia ótimo não ter que levantar cedo pra poder apreciar essa beldade africana que já enriqueceu muito português na época da colonização do Brasil. Ora pois!


Dias sim, dias não, lá se vai o Cazuza cantar a minha desgraça, que apesar de poética, também gera aperto no peito tornando-se igualmente física. Penso ter ficado um pouco mais irônica de uns tempos pra cá. Dizem que ironia em demasia pode passar a desespero. Não sei se adquiri isso por ocasião da idade ou por convivência. Parcialmente ando em qualquer outro mundo, menos esse que aparenta ser o verdadeiro e sabe-se lá porque, realmente ando meio desligada. Um dia desses até o segurança do barzinho me perguntou se eu estava triste. Eu não estou. Pelo contrário, ando dando pulinhos, acompanhados de certas crises de ansiedade e espasmos de desesperos momentâneos. Mas o segurança insistiu em puxar assunto. Sabe, eu detesto gente que puxa assunto: ou o assunto flui por si mesmo, ou você fica calado. Antes quieto do que falando besteira. Nisso o telefone é realmente útil, basta apertar o botão e dizer que a chamada caiu.

Algumas pessoas são exceções no meu quesito de besteiras consideráveis, as quais por mais besteiras que mencionem, não me fazem perder o encanto. Mas isso é um número realmente limitado de pessoas, e provavelmente nem eu me sinta confortável com isso. Deixando as besteiras de lado, vou voltar ao assunto inicial: meu celular. Lembro que demorei tempos pra ter um, tentei resistir ao modismo tecnológico, mas quando dei por mim, as pessoas já ligavam pros meus amigos me procurando. Não há coisa mais chata na categoria dos celulares, do que ligarem no SEU celular atrás de outra pessoa, não é mesmo? Eu acho de uma falta de finesse extrema. A não ser, é claro, que este celular esteja fora da área de serviço, ou desligado. Ou ainda em sua plena magnitude, não esteja habilitado para receber aquele tipo de chamada.

Tenho preguiça de telefone. Sempre tive. Lembro que meu pai, quando ainda vivo, não atendia telefones. Apenas atendia as ligações que eram pra ele, ou seja, mesmo ele estando ao lado do telefone, outra pessoa tinha que atender e dizer: é pra você! As vezes concordo com essa mania de secretária do meu pai, acho que ele tinha todo um sentido pra essa coisa de telefone.

Tudo bem que ele encurta as distâncias. Só não faço ideia do que o Graham Bell falaria se visse um celular desses ultramodernos que fazem TUDO inclusive ligações. É GPS, internet sem fio, SMS, calculadora, música, vídeo, câmera de foto, filmadora, televisão, espanta mosquito, vídeo game, despertador e até cartão de crédito. Em um reino não tão distante,os celulares substituirão pessoas em empregos do tipo cara do sorvete do Mc Donalds e a moça do café.

Eu moro longe. Longe da minha família, 800km dos meus amigos. O telefone tem sido uma terapia. É bom ouvir alguém no outro lado da linha. Fico feliz quando minha mãe liga só pra saber como foi meu dia e acho muito bom quando quem me interessa liga. Quando não gosto de quem me liga, tento desligar rápido. Falo poucas palavras, respondo com interjeições. As vezes a chamada cai. Quando gosto, passo horas conversando, a ponto de esquentar as orelhas. Tudo tem dois lados, as vezes três, não é mesmo? Menos o telefone. Ou você fala com o sujeito, ou desliga na cara! Palmas pro inventor do reconhecedor de chamadas. Bom seria se o bendito teletransporte fosse legalizado, eu certamente já estaria no céu ou bem perto de quem eu quisesse a hora que eu desejasse. É a falta de tecnologia apertando os corações. Enquanto ela não vem, só nos resta deixar o recado após o bip.

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Cachoeira - São Paulo - Joinville - Navegantes

Posted by lizzby on 13:36
Igual a todo brasileiro, eu amo o carnaval. Talvez um pouco diferente da maioria em relação ao motivo. O que me atrai não são as festas, nem o bloco, fantasias e afins. Eu, como pessoa estranha que se preze, detesto bagunça, odeio filas e refrigerante quente. Então o que me faz movimentar 800km para me aproximar de todos os itens acima? O detalhe básico é que carnaval é um ótimo feriado para visitar os amigos. Bom, infelizmente ou não, muitos dos meus amigos moram no sul. Dizem por aí que o carnaval de Florianópolis é ótimo, mas eu não tenho visão para tal coisa. Eu sempre fui da singela opinião de que não são os lugares e sim as pessoas que deixam as coisas interessantes. Não desprezando o cartão postal da cidade em homenagem ao antigo governador Hercílio Luz, claro.

Passei as férias do fim de ano em Floripa e lembro claramente do dia em que combinei com meus amigos meu retorno, mesmo antes de saber quando iria embora: – No carnaval eu volto! Promessa é dívida, e mal sabia eu que os juros seriam tão altos. Depois dos dias na capital catarineta, acabei indo pra São Paulo, que de forma idêntica a anterior também é capital, só que nas devidas proporções. Passei um mês por lá, cursando cinema e com todas as possibilidades de movimento que a cidade proporciona, esqueci de comprar passagens para o carnaval. Eu sou mesmo distraída, sei disso.

Sendo assim, na quarta feira, basicamente um dia antes da minha viagem, comprei uma passagem de ônibus. É simples: você compra a passagem de bus leito para perto da meia noite, toma um dramin, agarra o travesseiro e só acorda na chegada. Tudo certo, até que pela manhã da quinta aparece uma incrível notícia de que a rodovia Régis Bittencourt, que liga o sudeste ao sul do Brasil, estava interditada. Choveu. Choveu e choveu toda a chuva do Brasil. De modo que o engarrafamento das 11 da matina já era de 36km. Os motoristas estavam levando cerca de 8 horas para atravessar o local. Achei bárbaro! Inclusive pensei em fazer umas comprinhas, caso passasse o carnaval na estrada. Também aproveitei pra gravar marchinhas de carnaval, se fosse o caso, a gente fazia a festa no busão mesmo, cheio de gente interessante.

O lance era ir por cima da tragédia, ou seja, avião. Agora pensem comigo na conta:

Carnaval + Sexta feira + Pessoas enlouquecidas pelo feriado = 0 passagens de avião.

Foi o que aconteceu. Não fosse Deus que sempre olha por mim. Havia apenas 1 passagem, em todas as possibilidades imagináveis de se chegar ao sul do país. Obviamente ela não era barata, e custava basicamente 4 vezes a passagem de ônibus. Como eu não sou portadora de uma conta de larga escala, recorri à saia da mamãe. Liguei, fazendo a coisa que eu mais detesto fazer: pedir. Ok é a minha mãe, mas vocês sabem como é, a gente sai de casa, paga as nossas contas então fica super chato ligar pedindo coisas, ainda que sejam assim tão urgentes e inadiáveis.

O lance é que o cartão da minha mãe, sabe-se Deus porque, não passou. Depois acabei descobrindo que quando você paga a fatura em um dia, leva um certo período pra liberar o crédito e foi isso que ocorreu. Mas como na vida a gente tem várias mães, minha chefesegundamãe liberou o cartão da empresa para eu comprar o bilhete. A essa altura do campeonato o horário do meu ônibus que ia de Cachoeira a São Paulo, já tinha passado. Sorte minha ter o Ney, que deu uma de speed racer e me levou na cidade mais próxima alcançando o bonde. Se eu fosse James Bond, faria uma boa piada agora.

Bom, obviamente cheguei em Sampa no melhor horário: o da chuva de cada dia. Tudo atrasou. Queria chegar a tempo de trocar a passagem antiga e recuperar o dinheiro, mas não foi possível. A cara do moço do guichê foi impressionante: - Se você tivesse chego há 10 minutos eu conseguiria cancelar, mas infelizmente não dá! Deu no que deu e eu fiquei com cara de paisagem durante uns 5 minutos. Não é todo dia que se joga 100 paus no lixo. Mas ao lado do guichê havia uma moça, que já nem era tão moça assim, com os olhos meio inchados de choro. Pensei o que teria haver com isso. Olhei pra ela e perguntei se estava tudo bem, se eu poderia ajudar em algo. Ela me disse que queria muito uma passagem para Balneário Camboriú, e que por causa do carnaval, elas tinham se esgotado. Bingo! Eu tinha uma passagem pra vender, certo que era Joinville, mas tem bus de hora em hora pra Balneário. Ela me ajudou e eu pude ajudá-la! Singelo, não? Eu deveria ter aproveitado a pouca graciosidade inerente do dia, mas estava preocupada com minha estadia. Ligava para minha amiga e caía na caixa postal. Só alegria, o importante é não ser assaltada! Peguei metro e acabei encontrando com ela e finalmente tudo certo de novo.

Meu voo por conseguinte, era 6:50h da manhã, uma delícia pra acordar. Fazendo as contas, eu tinha que chegar no aeroporto as 5:50, logo precisaria acordar as 4:50. Minha amiga, acabou de voltar da Europa e teve várias histórias pra contar, todas as fotos do Brasil para mostrar e conversar vai conversa vem fomos dormir tarde. A parte muito boa é que ela me levou no aeroporto. Contando isso de onde veio, só mostra o quanto ela me ama, porque pra ela é realmente um sacrifício acordar cedo.

Ok. Eu estava dentro do avião. Nada de errado poderia acontecer, certo? Bom, não fosse a tal Lei de Murphy que acompanha minha Dolce Vita, (Fellini remexeu agora) estaria tudo bem. Se querem rir da desgraça alheia, o avião não pegou. Isso meus amigos, exatamente como está descrito: O A-VI-ÃO -EN-GUI-ÇOU. Com direito a barulho de carro à álcool que não funciona de manhã cedo. Pensei: - Deus, faz essa joça funcionar que já foi bem difícil chegar aqui...pleeeeeeaaaase!

Deus é bom! O avião decolou e eu dormi a viagem inteira. Até que: - Atenção passageiros: nosso pouso está autorizado. Olhei fixamente pela janela aguardando o tão esperado momento de por meus pezinhos em solo joinvilense. Mas o avião estava no ritmo do carnaval e resolveu brincar com os passageiros, aquela brincadeira do beija, beija, beija...Só que ai você troca por: pousa, pousa, pousa! Ôoooooo até o chão... e...enganei vocês! O avião não tinha teto pra pousar (?). Subiu de  volta e ficou dando voltinhas no ar e tals, só pra aumentar a tensão. Até que veio a feliz notícia: - Aqui quem fala é o comandante, e infelizmente não estamos conseguindo fazer o pouso em Joinville. Vamos aguardar 15 minutos para fazer a segunda tentativa, caso contrário, retornaremos ao aeroporto de Congonhas.

Congonhas.

Lembrei da historia do cara da enchente que pedia pra Deus enviar um sinal. Passou barco, lancha, navio, helicóptero e o cara morreu afogado porque ficou esperando o tal do sinal divino. No céu perguntou pra Deus qual foi a dele em deixar ele morrer. E Deus: - Mandei um barco, duas lanchas, navio e até helicóptero e você nada né... (adoro quando Deus é irônico)

O avião fez a tentativa do segundo pouso. E ficou só na tentativa. Mas pra minha surpresa, aos 45 do segundo tempo a torre teve a brilhante ideia de mandar o avião pra Navegantes, que é uma cidade próxima e assim foi. O pouso foi tranquilo, mas tive que esperar quase duas horas para o ônibus me levar pra Joinville. Como eu não tinha nada pra fazer, resolvi escrever esse texto. A propósito, o ônibus acaba de chegar, sorte a nossa hein?


ps: prefiro não imaginar o que me aguarda.

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Limeira, 31 de outubro

Posted by lizzby on 17:16
O relógio marcava 3h da matina quando chegamos em Limeira. Casa de família. Há tempos que isso não acontecia, ultimamente as estadias de show foram em hotéis, mas gosto de ficar na casa das pessoas, acaba rolando uma amizade instantânea, você vê de perto as realidades e aprende um bocado.
Tristeza foi acordar cedo pra passagem. Lembrando que eu amo passagem de som. Os técnicos da montagem estavam super simpáticos, delicados como elefantes, nos deixaram a vontade pra concluir o serviço. Não busco mérito, mas também não precisa sacanear, porque o cara levar mais de 10 minutos pra colocar um AC, só pode ter acordado com o pé esquerdo.
Ainda bem que São Cris Brown estava lá, compondo a cena com o Jay, nossos técnicos. Abrão que estava somente a passeio, acabou entrando na roda, afinal a gente não ia deixar ele só olhando. Então seguimos para o almoço e encontramos a galerinha do AUB, a mais nova sensação do rock católico. Como a gente já se conhece, tudo vira festa, o povo se diverte, porque afinal a gente não quer só comida...
Mas o dia prometia. O termômetro da minha cabeça registrava uns 40 graus, na sombra. Acabei descobrindo uma sala com ar condicionado, o que fez eu me afastar da interação com as pessoas, mas me poupou de uma insolação. Saí na hora do show do módulo de rock, e tive a brilhante ideia de não guardar energia. Quase desmaiei. Mas foi muito muito muito divertido, a galera do módulo sempre agita horrores. Quem mandou ter banda de rock? Eu poderia estar roubando, matando... pelo menos a gente é honesto!
Fomos pra casa renovar as energias, rolou uma super janta e um banho GE LA DO. Lembrei do circo do Zuza (essa quase ninguém vai entender). Fomos pro show, que estava marcado para as 23h, mas que na prática acabou rolando somente as 2h da matina. Depois do show eu morri no estilo Geoge Romero: só volto no próximo filme.

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Campos do Jordão, 23 de outubro

Posted by lizzby on 11:29
Ficar sem dormir virou minha rotina. Afinal, pra que dormir? A gente perde tempo deitado descansando, e consciente de que já passamos metade da vida dormindo, digo que resta outra metade da metade pra viver ainda. Complicado? Acho que isso é papo de quem não dormiu direito e entrou na fase do “tonto de sono”. Quando a gente cansa demais a mente não acompanha, fica-se retardado e fala-se bobeira. Não sigam meus conselhos. Vou contar o que acontece com uma pessoa nesse estágio de passagem.
Sete horas da madrugada é um horário razoável pra se acordar, principalmente pra quem gosta do que faz, o dia rende e a gente termina tudo realizado. Porque o trabalho dignifica o homem! Tio Marx não devia trabalhar tanto, a ponto de escrever coisas desse naipe, mas quem sou eu pra discutir filosofia a essa altura da manhã, que já não importa o nosso bafo...
Campos do Jordão era o nosso destino. Há alguns anos que eu não aparecia por lá. A cidade tem uma cara de Europa, mas as pessoas não são nórdicas. Na realidade parece mais um cenário de casinhas e pracinhas coloridas. O clima é suavemente frio ( pelo menos no verão) e é tudo pequeno, as ruas, as lojas. Quem dera a odisséia tivesse partido direto pra essa parte... mas no entanto, tivemos alguns contratempos: o carro quebrou no meio da serra, faltando uns 8km pra chegar na cidade, então tivemos que esperar o guincho, enquanto o cantor que ia ser fotografado desmontava a caixa de marchas violentamente. Peças pra cá, um empurrãozinho ali, mas não teve jeito: seguimos viagem na incrível velocidade de 40km por hora. Paramos em uma mecânica, deixamos o carro por lá e corremos atrás de um taxi, mas tivemos que locar um carro pra girar a cidade. No meio desse processo, que não levou menos de 4 horas, o tempo foi fechando e a possibilidade de boas fotos diminuindo.
O desespero não tomou conta da nossa boa vontade, e bravamente deixamos pra almoçar depois da sessão de fotos, já que as nuvens estavam nos ameaçando. O lance foi entrar na cidade e procurar uma locação descente para os cliques, então decidimos por ordem lógica que o lugar fenômeno era o Capivari. Seguimos as placas, que nem sempre dizem a verdade e fizeram com que nós, pobres turistas azarados déssemos muitas voltas pelo caminho mais complexo até o local, que basicamente teria encurtado 5 morros e 3km se fossemos nativos.
Quando finalmente chegamos no Capivari, o sol já tinha desistido, mas nós continuamos pela lei da insistência e pela crença na contraposição da lei de Murphy. O make up foi na rua mesmo e o pseudo almoço virou um pacote de rosquinhas. Tudo em favor da arte! A sessão foi muito divertida, garantia que o nosso fotógrafo oficial sempre se preze. E ao fim do dia fomos ao tão esperado almoço, o qual almejava desde que havia pego o guia da cidade e que apresentava um restaurante japonês justo no Capivari.
Encontramos o restaurante, sedentos por apenas sentar em um lugar razoável e alimentar algo além do nosso espírito e ego profissional. Mas adivinhem quem resolveu aparecer? Murphy. O restaurante estava fechado. Isso se revelava muito pior do que se não tivéssemos encontrado o lugar. E como almoçar em outro lugar sendo que estávamos psicologicamente abalados? Mas eis que a simpática senhorinha japonesa abre a porta da esperança:
- Oi, vocês querem comer aqui, né? ( com sotaque oriental, diga-se de passagem)
Simplesmente o melhor yakisoba do mundo. Dormi e só acordei em casa. Mas quando tudo na vida parece que chegou ao fim, você descobre mais alguma coisa pra completar o dia: teria que me encontrar com a galera da banda AUB, fazer um social na pizzaria e depois dormir. O problema é que eu inverti a ordem e acabei dormindo na ida de carro até o local de encontro. Bom, eu estava dirigindo dessa vez e o resultado foi o mais besta do mundo. Arrastei a porta do meu carro no pára-choque de um Fusca.
Ok. Tudo seria ótimo, se as pessoas que eu estava pra encontrar não estivessem TODAS do lado de fora da pizzaria assistindo de camarote a minha (primeira) barberagem. Simplesmente porque a vaga de estacionar era GI GAN TES CA, e mesmo assim, quis destruir a lateral direita do carro. Achei que ficou vintage. Segundo Freud é um lance da infância misturado com demarcação de território, mas eu prefiro crer que estava no lugar errado na hora errada.
Pra completar a façanha, eis que surge a dona do Fusca: Elen. Bom, pra quem não conhece a Elen, a piada não vai fazer sentido: foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, porque ela não tem ciúmes doentios do carro e nem se importa com um riscadinho minúsculo no párachoque. Choquei!

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Manaus – AM, 21 de agosto

Posted by lizzby on 18:15
Não é todo o dia que a gente cruza o país pra fazer um show de uma hora. Penso que esse relato é especial, pois foi uma experiência de quase morte. (rs*) Começando pelas poucas e boas 4 horas de viagem até o aeroporto Viracopos em Campinas. O voo era de Azul, que pra quem ainda não teve esse prazer, uma aeronave Embraer, portanto produzida em território brazuca que mais parece um mini avião, com duas fileiras de cada lado balançando sem parar até o anoitecer. Pra quem não tem medo de altura, é super tranquilo!
O voo durou nada mais nada menos que 3 horas e meia. Sorte a nossa que os bancos são de couro e as luzes da cabine são reduzidas para o nosso maior conforto. Na realidade, atrasa uma hora em relação ao horário de Brasília, então sabe-se lá deos pra onde foi essa hora que ficou sobrando. Chegamos no hotel felizes e dispostos, com todos os equipamentos MOLHADOS. Porque eles não estão nem Azul para a sua bagagem. Eu (vulgo Thiaguinho) registramos uma reclamação que foi redigida no sistema. (hein?)
Acordei com dor de garganta. Na realidade eu já estava me sentindo indisposta, primeiro porque havia tomado vacina contra a febre amarela, e em 00000,1% dos casos existe reação. Eu fui premiada, claro. Segundo pela diferença básica de temperatura: você sai de Campinas 19 graus diretamente para Manaus 40 graus... eu achando que o nordeste era quente. Mesmo assim, minha sede de aventura não passava. Eu queria ver uma zebra! (mentira.) Eu queria ver o teatro Amazonas, com seus belos 800 lugares provindos do século XVII pagos com a fortuna da borracha. Recomendo. Desde a riqueza dos detalhes, às pinturas realistas tridimensionais... um espetáculo a parte! Chorei.
Fomos almoçar, aliás estava ótimo, uma pena eu não conseguir desfrutar do sorvete de cupuaçu, iguaria da cidade. Eu tava mal mesmo, do tipo morrendo. A parte engraçada é que com a maldita Influenza, qualquer resfriado se torna mortal e inconcebível. Um mísero espirro é capaz de esvaziar a fila do banco e deixar o entorno de pessoas aflitas. Afinal, como diz José Serra, tem que cuidar com os porquinhos: http://www.youtube.com/watch?v=_z97MhLvWsI
Eu sabia que se aparecesse naquele estado no hospital, nego iria me internar e eu não teria condições de aparecer no show. O lance foi arriscado, mas eu não tinha febre e sabia da reação da vacina. Fiquei de molho no hotel e só apareci na hora do show. Quando o pessoal chegou pra me buscar eu estava melhor, mas ainda cansada da gripe. O show foi muito legal, a galera cantou, como tem acontecido ultimamente, fico sempre impressionada em como a música vai longe, além do que se possa imaginar.
Depois de conversar com todos, voltamos pro hotel. Eu ainda mais cansada, porque não pude fazer o show do tipo “estou doente” e obviamente pelos poderes de Greyskull usei das minhas últimas forças. Queria muito ter acordado cedo pra ver o encontro das águas, ou uma girafa em plena avenida, mas não teve jeito, eu realmente precisava descansar.

ps* pra quem colocou o nome na lista das muambas, foi mals ae... vou repassar para o departamento e vocês terão seu dinheiro de volta.

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